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O Fim da Corrupção

Hoje celebramos o fim da corrupção. Lembro que cresci sem acreditar que seria possível que um dia o preço da gasolina pudesse abaixar, que jamais a moeda brasileira seria valorizada frente ao dólar, que jamais deixaríamos de ter uma dívida externa absurda, assim como não conseguia sequer sonhar que deixaríamos de ter milhões de famílias abaixo do nível da pobreza, na chamada fome extrema. Pois bem, vi todos estes fatos inimagináveis e considerados impossíveis acontecerem. Hoje, porém, o dia mais esperado de todos, o dia em que oficialmente não temos mais corrupção no governo federal. Se bem que não é a primeira vez que isso acontece, também não tínhamos corrupção durante a ditadura militar. Disse várias vezes e repito: nunca foi sobre corrupção. Jucá e Machado deixaram claro que o objetivo era justamente o contrário: tirar do poder quem não interferia na polícia federal nem nas investigações, pois tinham que estancar a sangria, senão não sobraria ninguém. Disseram claramente que todos

Sua Energia

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Ouvi num podcast uma pessoa falando do total de energia que cada um de nós temos. Segundo ele, calculando o total de energia que alguém de cerca de 75 Kg tem chega-se a um número próximo de 90,000 MegaJoules, o que, segundo a mesma pessoa, seria equivalente a cerca de 17 bombas de hidrogênio. Então ele faz a óbvia pergunta: o que temos feito com toda essa energia que temos? Bem, fui checar as informações e, apesar de achar alguns sites e alguns dados que se alinham com os números que ele apresentou, não consegui achar nenhum site realmente confiável para confirmar tais dados. Porém, poderia concluir que, mesmo que os números apresentados por esta pessoa não seja exatamente os que ele falou, temos sim muita energia que não utilizamos, na maioria das vezes. Então a pergunta/provocação poderia continuar, embora sem o apelo de termos 17 bombas de hidrogênio de energia em nossos corpos. Porém, enquanto procurava verificar tais dados, me lembrei de outro dado, na verdade de dois dados bastan

Último Dia de Cativeiro

A vida não vinha-lhe sendo fácil havia um bom tempo. Depois que lhe capturaram para lhe tratar, você nunca mais soube o que era liberdade, não liberdade assim, de fato. Você estava sempre preso e vigiado. Por maior que fosse o espaço, era sempre um espaço limitado. E liberdade limitada não é liberdade, liberdade vigiada também não é. Liberdade que é liberdade tem que ser ampla o suficiente para se perder a definição, para parecer que nem é, para parecer que sempre foi assim. Ilusões de mudança aconteceram e voltaram a acontecer, mas eram sempre apenas um novo cativeiro. Mudança mesmo só de endereço, de prisão, de quem lhe oprimia. A falta de liberdade e o cativo eram sempre os mesmos. Quando uma nova mudança chegava, você nem se iludia mais, sabia que seria excitação à toa, desperdício de energia, você faria papel de otário mais uma vez. Mas o tal dia que nunca chegaria chegou e você nem percebeu. Ao contrário, pensou que, além de ser mais uma desilusão, dessa vez seria pior. Pois dess

Rádio e Podcast

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Para quem leu minha primeira crônica aqui, contei que este blog nasceu de um sonho de um programa de rádio - vários na verdade - que virou um sonho de um podcast, que virou este blog de crônicas que ainda está tomando forma. Bem, hoje li um artigo no UOL que fala exatamente sobre rádio e podcasts. O foco do artigo é discutir o porquê que ouvimos rádio e podcasts, cada vez mais. De certa forma, o artigo me fez sentido explicando as razões que fazem com que tenhamos essa paixão, se me permitem, por rádio e, mais atualmente por podcasts. Numa das partes do artigo que me chamou especialmente a atenção, o autor fala sobre o sentimento afetivo que o som produz. O artigo detalha razões biológicas desde antes nascermos que explica esta direta ligação do sentido da audição com a sensação de afeto e conforto. Achei interessante o autor falar que o som estimula o corpo também.  Fala-se também no artigo do contraste que o som traz contra a atual poluição visual a que somos submetidos, com várias

Falemos do Passado, pois o Presente Está Complicado

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No sábado li um artigo na Folha de Ana Estela de Sousa Pinto que falava de um estudo mundial que é feito desde 1900 pela Universidade de Würzburg sobre Democracia, chamado de a Matriz da Democracia ou DeMaX, no original. Este estudo já abrange quase 180 países e tem dados do Brasil desde os anos 30. No artigo, a jornalista fala sobre o que ela chamou de desdemocratização do mundo. Ela fala sobre vários países, iniciando pela Índia e mostra esta tendência mundial nos últimos anos de uma perda de liberdades em termos gerais, Não entrarei muito em detalhe aqui, pois vocês podem ler o artigo no link compartilhado.  Eu, como você deve imaginar, fiquei curioso com o artigo e fui pesquisar o tal estudo e encontrei o original do mesmo ( aqui ). Claro que não fiz isso para verificar o que estava no artigo, mas para ver informações do Brasil, dos EUA e outros indicadores que eles fornecem. Bem, desde sábado estou tentado a falar sobre o assunto. Porém, apesar de achá-lo interessante e de ter vár

Por Que Nossos Cérebros Não Acreditam Nos Riscos da Pandemia e a Vacina que Parou

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Sim, é o que temos para hoje: falar um pouco do assunto mais falado do ano: COVID-19. Dois assuntos me chamaram particularmente a atenção hoje e quero dividir um pouco deles com você. Li um artigo no The Washington Post, escrito por Lia Kvatum, cujo título é mais ou menos a primeira parte do título dessa crônica:  Why human brains are bad at assessing the risks of pandemics (sendo mais literal: Por que os cérebros humanos são ruins para avaliar os riscos de pandemias). Também roubei desse artigo a imagem aqui presente. Hoje também li a notícia de ontem, de que os testes da chamada vacina de Oxford foram suspensos, devido a um paciente que apresentou uma reação adversa. No artigo citado, a jornalista começa com as considerações óbvias do que sabemos sobre o vírus e a doença: que ela, sim, mata, que o vírus pode ser transmitido facilmente se não houver prevenção, que o uso de máscara e o chamado distanciamento social ajudam na prevenção do contágio, que ainda não há uma vacina (pelo men

Para Não Falar de Política

Embora isso não seja uma promessa, gostaria de evitar de falar de política. Claro que quase tudo que falamos, principalmente quando nos posicionamos ou opinamos, acaba sendo política, de certa forma. Mas falo, sei que você entendeu, de política partidária. Ou melhor, falo do atual Fla-Flu, do nós contra eles, da luta do bem contra o mal, que o discurso político corrente virou. Bem, só de eu falar isso, já estou falando de política. Porém, atualmente, a situação está difícil, pois, mesmo quando não falamos do assunto, neste mundo binário criado, nos lêem e ouvem, como se estivêssemos tomando partido. Se eu falar da pandemia e der a entender que sou a favor de isolamento, que acredito na ciência, ou o que quer que eu fale, vai ter gente apontando o dedo e dizendo que sou de um lado, normalmente do outro lado, de acordo com quem julga. No final de semana, li uma crônica humorada e bem escrita de Antonio Prata na qual ele pergunta se o bacon é de direita ou de esquerda. Brincadeiras à par